Christiano Otávio de Rezende Sena tinha 18 anos quando prestou vestibular para Matemática, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.
Apesar disso, seu desejo não era seguir a carreira matemática. Ele planejava ingressar no curso, menos concorrido, e depois trocar para Ciência da Computação, mas acabou sendo “fisgado” pela disciplina. “A Matemática me conquistou. “Caí de paraquedas” na carreira de professor de Matemática e me apaixonei pela arte de ensinar”, conta.
Já no primeiro ano da faculdade, Christiano começou a dar aulas de matemática para cursinhos de pré-vestibular. Foi vivendo essa rotina, entre uma aula e outra, que ele decidiu não abandonar a Matemática e seguir a carreira de professor.
“Sempre tive muita facilidade com a Matemática. Na escola, desde as séries iniciais, eu fui aquele aluno que ajudava os outros colegas a aprender a disciplina. Porém, a minha timidez me fez acreditar, durante muito tempo, que a sala de aula não era lugar para eu atuar. Por isso, tentei o vestibular para Matemática na expectativa de trocar para o curso de Ciências da Computação”, disse.
O que Christiano não imaginava é que, ao entrar para a faculdade, ele descobriria que sua vocação é ensinar matemática.
Filho de professora, Christiano se inspirou na mãe no dia a dia profissional. Buscou formas de driblar a timidez e de se preparar para transmitir o conhecimento aos alunos de forma didática e acessível.
“A partir do momento que decidi seguir na carreira de professor, comecei a fazer diversos cursos para desenvolver melhor em sala de aula. Fiz curso de oratória e comunicação, grafia e desenhos geométricos e até teatro. Tudo isso pensando em me expressar melhor e me tornar mais compreendido pelos meus alunos”, contou.
Hoje, com 28 anos de profissão, e professor do Cefet-MG, Christiano colhe os frutos da sua dedicação. Ele foi um dos medalhistas de ouro na primeira edição da OPMbr e retornou da China com uma bagagem ainda mais completa para disseminar a arte de ensinar.
“Estar na China e conhecer de perto o sistema de ensino dos chineses foi uma experiência muito enriquecedora. Mais do que saber Matemática, um bom professor precisa se fazer compreendido. E isso os chineses fazem muito bem. Professores mais novos aprendem com os mais velhos, se ajudam e se respeitam. Aliás, a relação de respeito entre os professores e dos alunos com o professor em sala de aula foi o que mais me impressionou”, destacou.