Felipe Mascagna Bittencourt Lima, do Instituto Federal de São Paulo, de São João da Boa Vista, interior de São Paulo, já teve 80 alunos premiados na OBMEP e dezenas de alunos aprovados, ano após ano, na Unicamp, Unesp, USP, entre outras universidades e faculdades.
Ao ser questionado sobre o segredo dos bons resultados, ele é humilde e diz que “não faz nada demais”. Mas basta aprofundar a conversa para se deparar com uma história de planejamento, preparação de aulas e muita observação.
“Vejo como os alunos recebem e trabalham cada conteúdo. E aprimoro, ano após ano, cada etapa da minha apostila, que eu preparo, imprimo e entrego para os alunos já no primeiro dia de aula”, explica.
E a naturalidade de Felipe ao ensinar a matemática parece ser mesmo o que ajuda a despertar a paixão dos alunos pelos números.
Depois de 15 anos como docente, ele entra em sala de aula da mesma forma que chegava à escola, no ensino médio, para ser monitor da disciplina. E é na parceria e na proximidade do dia a dia que conquista a atenção e encoraja os alunos.
De aula em aula - passando por algum futebol com as turmas, às vezes - a didática se soma a um “jeito amigo” de lidar com os adolescentes ansiosos pelo vestibular.
“Muitas vezes, recebo alunos no meu horário de atendimento fora das aulas e percebo que existe algum medo ou timidez que impede o desenvolvimento em grupo. Mas basta esclarecer as dúvidas, ter um momento de tira-dúvidas mais informal, que eles se sentem mais à vontade e passam a desempenhar bem as atividades”.
O professor, que infelizmente não foi incentivado a buscar olimpíadas na sua época de estudante, decidiu participar da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr) para ser coerente e incentivar ainda mais seus alunos.
“A experiência da OPMBr como um todo foi muito rica e interessante, independente da viagem à China, mas conhecer o ensino e a forma de trabalho no país que é destaque em desenvolvimento também foi algo único e especial”, ressalta.
Entre os pontos que mais chamaram sua atenção na forma de ensinar na China, é que o objetivo do ensino matemático prioriza a demonstração matemática, e não apenas o resultado. “Quando se foca na demonstração matemática, você ensina o aluno a pensar, a entender o processo, indo além da busca apenas por um resultado final”, diz, afirmando que é algo que já procura fazer e seguirá fazendo.