José Fabio de Araújo Lima, professor da escola estadual Centro Integrado de Educação Assis Chateaubriand, em Feira de Santana, na Bahia, teve a experiência de trabalhar no time da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP) ainda antes de concluir a licenciatura no curso de Matemática, em 2006.
Ali, aprendeu o quanto uma olimpíada pode ser uma importante e eficaz ferramenta de incentivo ao estudo e ao aprendizado.
Já no exercício profissional, colocou a certeza em prática, estimulando e ajudando seus alunos a encarar os desafios propostos e coordenando na escola onde leciona os trabalhos relacionados às olimpíadas nacionais para estudantes.
Mas ele não parou por aí: para levar as olimpíadas a um grupo maior de escolas e estudantes, participou do projeto chamado “Caravana da OBMEP””, que circulou por vários municípios do interior da Bahia, selecionando professores e dando curso sobre o ensino da Matemática e o uso das questões da OBMEP em sala de aula.
Também ajudou a criar uma olimpíada exclusiva na escola onde leciona e mantém um canal no YouTube onde leva questões de Matemática para uma audiência de sete mil inscritos.
O canal no YouTube merece um capítulo à parte. Com a pandemia, ele, que não tinha nenhuma prática em fazer vídeos, decidiu gravar aulas em casa para enviar para os alunos. “Eu usava a mesa da cozinha da minha casa e, com a ajuda de um filete de vidro 10cm x 1 m, filmava com o celular minha mão resolvendo as questões e falando bem perto do microfone. No início, tentava enviar as aulas para download dos alunos, mas nem todos tinham boa internet e era difícil baixar e armazenar. Então, veio a ideia do canal”, lembra.
A participação na OPMBr veio a partir da dica de um colega. “Ele ficou sabendo da olimpíada para professores e me mandou. Disse que o regulamento era a minha cara. Na correria do dia a dia, acabei não me inscrevendo e ele me cobrou. Fui ler e realmente me identifiquei com a proposta, os objetivos e a forma de avaliação. E me inscrevi no último dia do prazo. Hoje, só agradeço. Foi uma experiência de muito aprendizado e troca. Agora, é disseminar tudo o que tivemos a oportunidade de aprender. E foi bastante coisa”, ressalta.
A viagem a Xangai, prêmio recebido pelos medalhistas de ouro, trouxe muito aprendizado. Entre eles, Fábio aponta a metodologia chinesa que entende as aulas ministradas como uma construção coletiva.
“Pelo método chamado de Lesson Study, os professores dão aulas públicas que são assistidas por colegas. Depois, eles sentam e discutem a aula dada, avaliando o que foi positivo, o que foi negativo, as melhorias possíveis. É uma parte importante da formação desses professores essa troca e esse compartilhamento”, considera.