Roberto Cesar Cucharero Peregrina, professor do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, tem uma trajetória marcada por acompanhar alunos em programas de treinamento para olimpíadas de Matemática nacionais.
“Quando eu ainda era estudante, não tive a oportunidade de participar de olimpíadas. Mas, por realmente acreditar no projeto como uma forma de aprendizado e desenvolvimento e na importância da Matemática para os estudos em geral e para a vida, foi natural me inscrever quando soube da OPMBr, voltada para professores”, conta.
Por incrível que pareça, o interesse de Roberto pela Matemática foi tardio. “Eu era bom aluno, curioso, gostava de aprender coisas novas, mas não tinha um apego especial pela Matemática”, diz.
Ao contrário, no 2º ano do ensino médio, o aluno do então Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) de São Paulo vivia dificuldades na relação com a disciplina que hoje pauta seu ofício.
“Tive um professor de Matemática que aterrorizava os alunos – o que não é nada bom -, mas acabei tendo que sair da minha zona de conforto e fazer um grande esforço para evoluir. Ao me dedicar mais, descobri o gosto pela Matemática e pelas Ciências Exatas”, conta.
Paulista, ele foi para o Rio de Janeiro após uma aprovação para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil. A carreira militar foi curta, mas rica em experiências marcantes. “Participei da Missão de Paz no Haiti, criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”, lembra.
Em meio às funções de fuzileiro naval, iniciou a licenciatura em Matemática e o amor pela área acabou falando mais alto. “Com cara e coragem, pedi baixa do quartel para ser professor de Matemática”, diz.
A participação na OPMBr e a viagem à China foram, para ele, experiências únicas, de muita experiência e aprendizado, que agora ele busca disseminar para colegas professores e aplicar em sala de aula.
“Um dos aprendizados mais importantes que tive diz respeito à forma de pensar o processo de ensino. Aqui, o professor se vê solitário em sua prática. Lá, lecionar é um ato coletivo. Há espaços para troca, compartilhamento e discussão entre os pares em prol do melhor ensino. Eles, de fato, se dedicam à ciência do ensinar. O objetivo não é apenas saber Matemática, mas saber ensinar Matemática”, reforça.