Foi acompanhando, desde pequena, a rotina da mãe entre escolas e planejamentos de aula que Silmara Louise da Silva, 37 anos, decidiu se tornar professora. A paixão pelo ensino veio de dentro de casa, onde a rotina de estudos sempre foi muito presente.
“Tanto minha mãe, que é professora, quanto meu pai que, apesar de não ser professor, se formou no ensino técnico, sempre tiveram prazer em estudar e em ensinar. Livros, dicionários e brinquedos educativos fizeram parte de toda a minha infância. Lá em casa, não havia brinquedos “tradicionais”, como bonecas. Eu sempre brinquei aprendendo algum conteúdo, seja de Matemática, Ciências ou outros assuntos”, conta.
Segundo ela, a metodologia de educação usada pelos pais, dentro de casa, foi fundamental para despertar o desejo de ensinar e desenvolver sua habilidade de transmitir conteúdos matemáticos de forma descomplicada.
“Meus pais me olhavam com muita empatia, sabendo que eu estava descobrindo o mundo e tinha muita curiosidade. Eles realmente dedicavam seu tempo para sanar minhas dúvidas e curiosidades, além de demonstrar a aplicabilidade de cada conteúdo no meu dia a dia. Com a matemática, por exemplo, certamente, fica muito mais fácil absorver os conhecimentos assim, relacionando-os com a rotina”, afirma.
E é dessa forma que Silmara ensina seus alunos que aprendem e se apaixonam pela Matemática. “Busco fazer da sala de aula um ambiente leve, acolhedor, empático e democrático para que todos os alunos se sintam confortáveis em falar, contribuir, perguntar e tirar dúvidas. A minha ideia é sempre fazer com que os meus alunos não pensem que suas colocações, dúvidas e curiosidades são irrelevantes, mas se sintam estimulados a comentar e participar da aula de forma ativa”, afirma.
A empatia da professora, sua entrega e a proximidade com os alunos são parte da sua marca registrada nas escolas onde atua.
“Quando percebo que um aluno está com um pouco mais de dificuldade em aprender e não está conseguindo acompanhar o restante da turma, me coloco à disposição para ensiná-lo individualmente, nos intervalos ou após a aula. Sei que isso faz muita diferença para ele e me traz também um sentimento de satisfação porque eu, definitivamente, amo ensinar”, conta.
É desta forma que Silmara se tornou a professora mais querida das escolas por onde passou e ainda atua, conseguindo mudar a relação dos alunos com a Matemática nessas instituições.
“Nas minhas aulas, tem muito respeito e um olhar individualizado para a realidade de cada estudante. Certamente, dá muito mais trabalho ensinar assim, afinal, uma sala de aula, dificilmente, é nivelada. Há alunos com mais aptidão e interesse para a matemática e outros menos. Mas é muito prazeroso colher o resultado da minha metodologia e ver quem dizia não gostar de matemática, passar a amar a disciplina e até descobrir um novo potencial. Esta é a maior recompensa do meu trabalho”, afirma.
O trabalho desenvolvido por Silmara, em sala de aula, foi reconhecido na 1ª edição da OPMbr, que premiou a professora mineira com uma medalha de ouro e uma viagem de intercâmbio para Xangai, na China. Lá, Silmara teve a oportunidade de ministrar uma aula de matemática em inglês para estudantes e professores chineses.
“Jamais imaginei que a minha paixão por ensinar matemática me levaria tão longe. Foi uma oportunidade inesquecível poder planejar uma aula e ministrá-la, ao lado de outro colega brasileiro, para os alunos e professores chineses. Foram dias de uma imersão enriquecedora, em um ambiente com muitos insights e experiências positivas que nos inspiram a transformar o ensino da matemática no Brasil”, garante.